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sábado, 20 de novembro de 2010

O Silêncio!



Quão sublime e belo é o silêncio! Eis algo que eu admiro! O silêncio me faz ouvir os sons interiores da minha alma, me faz calar e evitar que a palavra profana seja proferida, me faz experimentar o sagrado que habita em mim. O silêncio me convence: ouvir ainda é melhor que falar, e se eu me calo, por vezes, é porque quero que escute o que o meu interior quer lhe contar. O som da minha voz não fala mais alto que o do meu coração.
Acontece que esse pensamento não chega aos corações frios, no ser humano que não vê além do que os olhos podem e não escuta o que os ouvidos não alcançam. E o silêncio que faz morada em mim, contra a mim se coloca.
Eu, pensando em ser prudente, me calei. Não reclamei dos teus defeitos, não falei dos meus sentimentos, me esvaziei das palavras, me preenchi de silêncios.
Foi então, que descobri que esse mesmo silêncio, que me impediu de falar o que realmente queria, na verdade muito falou, mas de frustrações: foi interpretado talvez, como sinal de esquecimento, desinteresse, recusa.  Hoje, esse silêncio me incomoda. O enorme intervalo entre o tic e o tac. O telefone mudo. A boca que anseia falar e que por prudência, se cala.  Assim, por manter-me calada e por esperar a iniciativa alheia, enfrento as conseqüências: o perdão não vem, o riso não se manifesta, o beijo não se concretiza. 
Confesso, esse silêncio vem me agonizando, me perturbando: não há batidas na porta, não há toques e nem mensagens no celular. Tudo o que há é um extremo vazio e a expectativa de que o outro possa se aproximar. Logo eu, que sempre afirmo ser composta por urgências. Logo eu, que não me satisfaço com o “mais ou menos”, o “frio ou morno”, o “vazio”. Eu mesma estou me alimentando destes termos e só agora percebi; logo eu.
Então, tentarei recomeçar e tentar fazer, quem sabe, a coisa certa: Perdoar primeiro, criticar depois; amar primeiro, questionar depois; sentir primeiro, pensar depois; falar primeiro, silenciar depois. As conseqüências são reflexos das minhas atitudes.  Se eu não mudar, o outro não mudará. Que se inicie por mim!

Camila Almeida

sábado, 9 de outubro de 2010

QUANTO PIOR FOR A PESSOA COM QUEM VOCÊ VIVE, MELHOR PRA VOCÊ!

Por favor, antes de vocês acharem que eu PIREI, leiam assim que tiverem uma oportunidade o livro: “Quanto pior for a pessoa com quem você vive, melhor pra você”, Autor Pe. Alir Sanogiotto.
É claro que eu prefiro gente tratável perto de mim, pessoas doces, meigas, de voz suave e sempre com um sincero sorriso estampado no rosto. Mas a realidade é que na maioria das vezes, as pessoas não são assim, ao menos não o tempo todo. Eu tenho, e você certamente também tem momentos de mau humor, de “não me toque” e de vontade de matar um… ou dois.
Uma verdade que aprendi: pessoas complicadas e diferentes de mim me fazem crescer e melhorar como pessoa.
Sabe aquela pessoa que mais te tira do sério, que te irrita, que te faz derramar lagrimas, que só te traz problemas e preocupações?! Qual o nome dela? Agora, AGRADEÇA! Essa é a pessoa que pode TE LEVAR AO CÉU! Não, não, eu não sou doida. Há uma explicação para isso: Ore por ela! Oração é o instrumento que nos liga à Deus. E depois, quanto maior for o defeito de uma pessoa, maior terá que ser a sua capacidade de amá-la. Amar não é fácil, requer da gente paciência, sabedoria. Pra quem pensa que amar é só flores está enganado. Talvez essa pessoa esteja na sua vida com um propósito: te fazer crescer como ser humano, perseverando no amor, exercitando a paciência, te aproximando de Deus. Talvez, ela esteja sendo canal da graça na sua vida e você sequer percebeu. Por isso, AGRADEÇA! E por favor, NUNCA DESISTA DELA! Acredite que você é reflexo do amor de Deus e, portanto, tem poder para praticar o bem.


"Obrigada meu Deus, pela graça de ter uma pessoa assim na minha vida: cabeça dura, revoltada, incompreensiva, bipolar, impaciente, teimoso, emburrado, implicante, que só reclama e não se satisfaz com nada! É essa abençoada pessoa que me faz dobrar os joelhos e clamar pela Tua misericórdia. É ela que me faz ir ao Teu encontro, que me faz aprender a esperar em Ti, a confiar em Ti. É ela que me faz exercitar o dom de amar sem medidas. Obrigada meu Deus! E eu vou continuar amando, perseverando, orando, e esperando em Ti. Porque eu sei que as suas promessas SEMPRE são cumpridas! Amém!"

Camila Almeida

sábado, 2 de outubro de 2010

Eu quis tanto!


Depois de um dia agitado e cheio de emoções, acho que preciso desabafar um pouco aqui!Aliás, como sempre,prefiro que o meu saudoso Caio traduza os meus sentimentos em palavras.


Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?
Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.

Caio Fernando de Abreu.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Chegue Perto!




"Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa. Ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada..."

Caio Fernando de Abreu.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A "vitória" nossa de cada dia!

 O que consideramos como vitória humana? Onde está o real sentido da vida?!  Vivemos no mundo do faz-de-conta? Permitimos que a intensidade de sentimentos múltiplos habitem em nós? Ou o medo, o receio, e a dúvida acabam nos vencendo? A luz que tanto necessitamos está distante ou  não nos permitimos ser encontrados por ela? E a beleza divina que insiste em fazer morada em nós, aonde colocamos?! Onde se encontra o amor, a alegria?  Acomodamo-nos a viver a superficialidade dos sentimentos.  Estranho, mas preferimos o morno, o frio, o vazio, o talvez. O que fazemos com os sonhos que nos impulsionam? E os desejos que gritam em nossos corações e clamam por concretização, por quê não ouvimos? Perdemos o instante mágico simplesmente por medo de tentar, por medo de perder, de sofrer. Qual está sendo a nossa vitória nesses últimos dias? Não, eu não quero mais essa vida leviana. Queira isso também! Preciso buscar, preciso alcançar, algo em mim fala: Siga em Frente! Contenho infinitos dentro de mim e eles não podem ser submetidos a uma vida irrelevante. Tudo em mim move, nada em mim pára. Não posso sufocar os meus sentimentos. Por isso prefiro o ousado, o arriscado, o intenso. Prefira também! O tempo é fugas, e passa, ah como passa! Uso as palavras de Clarice para que juntos possamos refletir:
 Camila Almeida



"...Olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se entende porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que não tenha sido catalogada. Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos. Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer a sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar a nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gaffe. Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido puros e ingénuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer «pelo menos não fui tolo» e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia.

Clarice Lispector.

domingo, 15 de agosto de 2010

VAI PASSAR!

E olha só eu me alimentando mais uma vez dos textos de Caio. Que admiração tenho pelas suas belas e profundas palavras. Encontro-me nelas. E hoje, permito que elas falem por mim:

Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como: "estou contente outra vez...

 *__*


Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir. Que eu continue alerta. [...] Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém. Livra-me dos poços e becos de mim." 
                                                                Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O INACABADO QUE HÁ EM MIM!



Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina.
Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo,

O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.

Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nesta hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.

Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil.

Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão.

Eu sou inacabado. Preciso continuar.

Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim. Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim. Sem culpas.
                                                                                                                                Pe. Fábio de Melo